segunda-feira, 22 de agosto de 2011

GOLPES DE MÃOS


Visão frontal.

Tsuki waza (em japonês: 突き技? técnicas de soco)[a] é a parte do caratê que estuda os golpes diretos com os punhos é, isto é, aqueles golpes — atemi waza — que são aplicados com as mãos numa trajetória mais ou menos direta. À falta de uma tradução melhor, pode-se dizer que são socos aplicados, mas nesta parte veem-se golpes que são aplicados com os dedos.
Teken no katachi (em japonês: 手拳の形?). Conforme se usa uma ou outra técnica de punho, pode-se classificar um soco de caratê.

 

 

Seiken zuki

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As técnicas de seiken zuki (em japonês: 正拳突き?) são formadas pelos golpes aplicados usando as técnicas de punho fechado. Todavia, a área real de impacto não repousa sobre todos os quatro dedos fechados mas somente entre indicador e médio, haja vista que tal área forma exatamente uma linha reta desde si até o cúbito, além de ser bem menor, o que implica numa concentração maior da energia do golpe. Em verdade, busca-se transformar o antebraço numa espécie de lança.

Nukite zuki

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Os socos em nukite zuki (em japonês: 貫手突き?) são golpes aplicados usando as técnicas de dedo em forma de agulha ou lâmina, isto é, são golpes de natureza perfurantes e somente visam pontos determinados, mormente aqueles específicos para de pronto incapacitar. Tais metas são apontadas por conhecimentos de kyusho waza.

 

 

Shi zuki

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Os golpes de shi zuki (em japonês: ン突き?) são aplicados usando as técnicas de dedo em forma de bico, com os dedos formando uma ponta sólida.

Classificação conforme a posição final do punho

Tekubi no kaiten (em japonês: 手首の回転? rotação do punho)

 

 

Kara zuki

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Com uma rotação do punho em 180º, executa-se um kara zuki (em japonês: 立て突き?). É a forma básica de choku zuki, da qual todas as demais derivam: o punho atacante sai desde o tanden, com a palma para cima, e vai até o foco do ataque, finalizando-o em seiken.

 

Tate zuki

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O golpe em tate zuki (em japonês: 立て突き?) é executado rotacionando o punho em 90º, deixando-o "de pé". É uma forma mais relaxada da técnica, o que permite a troca sucessiva mais célere de golpes. Sua origem no caratê busca-se no estilo Tomari-te, que grosso modo desconhecia a técnica com rotação completa do punho, haja vista que esta última técnica seria de emprego arriscado, porque poderia sofrer um contragolpe exatamente no punho, causando extrema dor.[2]

 

 

Ura zuki

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O golpe de ura zuki (em japonês: 裏突き?) é indicado para aquelas situações nas quais o contacto entre os oponentes é muito rente, a técnica é executada à curta distância, mantendo-se o punho com a palma da mão para cima.[3] Tal como sucede com a técnica de kara zuki, o punho deve ser rotacionado, assim, desde o tanden encontra-se invertido em relação à posição final da técnica.

 

 

Classificação conforme a perna que avança

 

 

Oi zuki

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Executa-se oi zuki (em japonês: 追い突き?) golpeando-se com o punho correspondente ao pé que avança,[3] isto é, executando um passo, o golpe sai de modo simultâneo e assim também finaliza, no momento em que terminar a passada, o golpe tem que atingir o alvo. Oi Zuki também é conhecido como soco com perseguição, posto o lutador desferir um golpe enquanto se dirige até seu oponente, que eventualmente estará ou a fugir ou a recuar.

 

 

Gyaku zuki

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Semelhante a oi zuki, pero gyaku zuki (em japonês: 逆突き?) é executado com o punho inverso ao pé que avança,[3] aproveitando o movimento circular da cintura até mais eficaz. Usa-se mais em contra-ataques.

 

 

Kizami zuki

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Sem alterar a base ou dar um sobrepasso, o lutador gira a cintura (hara) e desfere o golpe em kizami zuki (em japonês: 刻み突き?) com o punho que estiver à frente (junto com a perna avançada). A potêndia da técnica está toda no movimento do corpo, da cintura. Serve mormente como bloqueio ou como "sombra" para execução de outro golpe.

 

 

Nagashi zuki

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Executa-se um nagashi zuki (em japonês: 流し突き?) esquivando-se, isto é, quando o lutador movimenta-se diagonalmente de molde a desviar dum ataque, o golpe é desferido em posição semi-circular, a cintura move-se para potencializar a energia.

 

 

Naoshi zuki

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Naoshi zuki (em japonês: 流し突き?), ou ren zuki (em japonês: 連突き?), é uma seqüência de socos.
Nidan zuki (em japonês: 二段突き?): dois socos seguidos, sendo ambos chudan;
Sanbon zuki (em japonês: 三本突き?): três socos seguidos, sendo o primeiro jodan e os próximos chudan
Gyaku sanbon zuki (em japonês: 逆三本突き?): três socos seguidos, sendo todos chudan.

 

 

Tomoe zuki

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Tomoe zuki (em japonês: 巴突き?)[4] é uma sequência de um soco reto e um circular, no qual o braço que ataca assume uma forma de um vibrião. Situa-se como técnica intermédia de mawashi zuki e furi zuki.
O golpe inicial sai reto, mas o braço — ude — gira logo ao fim do percurso impulsionado pela rotação da cintura. A técnica visa principalmente o plexo solar:[5] o primeiro golpe atinge a resgião, retirando o fôlego do adversário ao despejar a energia contra o diafragma, enquanto o segundo golpe atinge ou o fígado ou o baço. Adcionalmente, o segundo golpe possui potencial defensivo, pelo que é capaz também de desviar um gontragolpe.
É encontrado este golpe nos katas fukyugata ni, bassai e rohai.

 

 

 Classificação conforme a trajetória do punho

Tekubi no kiseki (em japonês: 手首の軌跡? trajetória do punho).

 

 

Choku zuki

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A técnica de choku zuki (em japonês: 直突き soco direto?) é executada partindo o punho de ataque armado ao lado do copo,[3] rente ao hara, em movimento direto e rotacionado até o alvo; o cotovelo permanece sempre rente ao corpo, no fito de também defletir eventuais contra-ataques.[6]
Há duas formas de execução: em trajetória direta em ângulo e linearmente no eixo central do corpo. Quando se executa em movimentação de "caminhada", de passo — como durante uma luta (kumite) —, não deve se resumi-la apenas nos movimentos de braços e mãos, o cerne não se exaure nela mesma, ao contrário, o escopo é canalizar toda a energia (ki) na extremidade do punho.
A postura influencia sobremaneira e o lutador deve executar harmonizando o corpo com o movimento circular de cintura, o qual transferirá o movimento cinético dos passos (e idealmente da Terra) para o ponto de contato. Importante ainda o praticante manter, ao caminhar, a mesma altura (ayumi dashi), pelo que entonces o esforço será mínimo e o equilíbrio não será afetado.
A origem da técnica na cércea do caratê repousa principalmente no estilo Shuri-te,[7] no qual é mais praticada a forma em seiken. Tanto que se refere a oi zuki e gyaku zuki como sinônimos de choku zuki.

 

 

Age zuki

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O movimento de age zuki (em japonês: 揚げ突き?) ascendendo o punho. Diferencia-se do Choku Zuki Jodan porque neste o punho segue uma trajetória direta, desde o tanden até o rosto do adversário e, em age zuki, o punho move-se tal e qual um pêndulo. O golpe aparece no kata Enpi, do estilo Shotokan.

 

 

Gedan zuki

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Semelhante a age zuki, pero em gedan zuki (em japonês: 下段突き?), ou otoshi zuki (em japonês: 落突き?), o punho vai em direção descendente. Dependendo so estilo praticado, o punho pode seguir ao alvo numa trajetória reta simples ou conjugada a um movimento semi-circular.

Yoko zuki

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O golpe de yoko zuki (em japonês: 横突き?) é direcionado para a lateral do corpo. Recomenda-se usar da técnicas apenas em bases altas, como sanchin dashi, no fito de possibilitar o giro de cintura e conduzir adequadamente a energia.

 

 

Heiko zuki

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A técnica de heiko zuki (em japonês: 平行突き?) compreende dois golpes diretos executados juntos com os braços paralelos.

 

 

Morote zuki

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Similar a heiko zuki, mas em morote zuki (em japonês: 諸手突き?) os punhos deslocam-se como se se encontrar fossem no alvo: os braços ao fim do movimento formam um triângulo com o tronco.

 

 

Awase zuki

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O awase zuki (em japonês: 合わせ突き?) é um soco em forma de "U" ou "V", executado mormente com o braço superior em posição inversa à perna que avança. A trajetória de ambos os golpes são diretas.

 

 

Sayu zuki

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Similar a yoko zuki, porém em sayu zuki (em japonês: 左右突き?) saem dois golpes simultâneos a ambos os lados, fazendo com que o corpo assuma a forma de T. A contrário do que se pode imaginar a priori, não se trata exatamente de dois golpes dirigidos a dois adversários diversos, mas de um golpe que visa canalizar a energia do ataque linearmente contra um único adiversário. Em verdade, pode e deve conforme o caso ser usado contra dois oponentes, porém é muito eficaz contra um alvo específico, pois canaliza a força de dois ataques contra um ponto específico.



Wa zuki

Chama-se de wa zuki (em japonês: 輪突き?) àquele golpe directo feito com trajetória cicular, isto é, o alvo ainda é um ponto determinado no corpo do adversário, pero, assim como sucede principalmente no boxe, a linha que a mão segue é uma curva. Não é uma técnica fácil de ser dominada eficazmente, mas é muito poderosa, pois é naturalmente evasiva e ofensiva de molde simultâneo.

 

 

Mawashi zuki

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A principal espécie de soco circular é o mawashi zuki (em japonês: 回し突き?), no qual a trajetória é um semi-cículo, ou um círculo raso.

 

 

Furi zuki

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Executa-se o furi zuki (em japonês: 振り突き?) saindo da posição junto ao corpo, o braço que ataca abre-se lateralmente levando consigo a mão para longe do corpo, de modo a afastar mais o cotovelo, e conduzindo o punho em arco para frente. Detalhe: deve-se virar a palma da mão que ataca ligeiramente para fora.[8]

 

 

Kagi zuki

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O soco em gancho é chamado de kagi zuki (em japonês: 鉤突き?), é muito próximo ao upper cut do boxe, com o qual guarda muita semelhança.[8]

 

 

Hasami zuki

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Com dois socos circulares executa-se o hasami zuki (em japonês: はさみ突き?), cujas trajetórias se fecham em direção alvo. Diz-que é um soco em forma de tesoura.

 

 

Yama zuki

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A técnica de yama zuki (em japonês: 山突き?) é uma variação da forma direta awase zuki, mas é executado com os golpes superior e inferior aplicado em semi-círculo. Além de o lutador aplicar os golpes com os punhos, deve inexoravelmente usar do tanden, no escopo de potencializar a energia usada.[8]

 

 

Sun zuki

Sun zuki (em japonês: 山突き?) é conhecido como "soco de uma polegada",[9] ou seja, o punho percorre um espaço mínimo até o alvo.




Notas


[a] ^  Por idiossincrasia da língua japonesa o fonema de /ts/, quando composto, muda para /z/, assim, o que seria «oi tsuki» passa a ser «oi zuki».

Referências


  1. Japan Karate Federation (em inglês). Página visitada em 17.ago.2010.
  2. Maurizio Orfei. Analisi comparata dei movimenti dei Kata Pinan e loro interpretazione (em italiano). Página visitada em 23.fev.2011.
  3. a b c d Unified Karate Training Center (em inglês). Página visitada em 17.ago.2010.
  4. Lexiques des termes japonais en arts martiaux - Voir le sujet :: Kwoon.info! (em francês). Página visitada em 04.mar.2011.
  5. Thought For The Week (em inglês) (21.jul.2008). Página visitada em 11.abr.2011.
  6. Martial Art Weapons (em inglês). Página visitada em 17.ago.2010.
  7. Influencia del Castillo de Shuri en el Karate (em espanhol). Página visitada em 23.fev.2011.
  8. a b c Karate Hand Techniques - Japanese Terms - Lyon-Karate.com (em inglês). Página visitada em 10.mar.2011.
  9. Ryan Parker. Kiko Breathing (Okinawan) (em inglês). Página visitada em 11.abr.2011.

Bibliografia


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NAGAMINE, Shoshin. L'essenza del karate-do di Okinawa (em italiano). Roma: Mediteranne, 2002.

NAKAYAMA, Masatoshi. O melhor do karatê: visão abarangente, práticas. São Paulo: Cultrix, 1996. 1 v.

________. O melhor do karatê: fundamentos. São Paulo: Cultrix, 1996. 2 v.

COGAN, Michaael. A goju ryu guidebook: the kogen kan manual for karate. Trafford, 2003. ISBN 9781553958468.

DEMURA, Fumio. Shito-ryu karate. Black Belt.

BASES DO KARATE

BASES - 

 

Escopo


Como a arte marcial baseia-se no uso controlado da energia do próprio lutador, bem como do eventual adversário, para poder bem canalizar essa energia (nos ataques e defesas), faz-se necessário um adequado e firme posicionamento.

Segundo a filosofia de buscar sempre a evolução, o praticante da arte deve sempre dar bastante atenção às bases, pois são elas que canalizarão a energia ao ponto focal de cada técnica: tal qual um triângulo, que se apoia numa base e tem um único ponto superior a concentrar as forças, assim o praticante deve executar seus movimentos. Um carateca experiente luta contra um adversário mas não contra a energia (Ki).

Conforme o praticante avança um pé ou outro, as bases variam entre migi (em japonês: direita?) e hidari (em japonês: esquerda?); conforme a guarda em relação ao oponente, gyaku hanmi (em japonês: 逆半身?) e oi hanmi (em japonês: 追い半身?).



 

Bases altas


As posturas altas do Caratê servem a dois propósitos precípuos: apresentação e execução de técnicas. Em sinal de respeito, todo lutador deve manter-se em posturas sóbrias e firmes. Assim, por exemplo, em Musubi Dashi fazem-se os cumprimentos e reverências, pois a postura, com as pernas eretas e os pés juntos e abertos, demonstra a quem está à frente não tem intenções de ataque, ou Heiko dachi, que demonstra ao mestre que o aluno está apto e atento a seus comandos.

Por outro lado, as bases elevadas, quando executadas em luta, estão mais conectadas às origens do caratê como arte de combate - jutsu (em japonês: arte?) -. É que o lutador, ao enfrentar um adversário, procura sempre manter-se menos exposto e suscetível a ataques, tanto é assim que os estilos mais achegados às origens guardam a execução de técnicas em base mais altas. O próprio mestre Gichin Funakoshi, logo no início da divulgação de seu estilo, apresentava este tipo. Todavia, quando a arte marcial por razões filosóficas passou a ser mais vista como uma doutrina de evolução da pessoa - (em japonês: caminho, maneira?) -, visando mais a parte atlética e educacional, as bases mais baixas tornaram-se preferenciais.

As posturas elevadas são, por assim dizer, um ponto de partida, pois delas saem as demais bases. Ainda durante uma luta, o praticante sai e retorna para uma postura elevada constantemente, ou seja, são as posições fundamentais e na aplicação (num enfrentamento real) guardam estreita relação com as bases médias.

Um ponto fraco, contudo, reside no fato de tais posturas deixarem o centro de gravidade relativamente vulnerável, isto é, o lutador está mais sujeito a desequilíbrio.


 

Heisoku dachi


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Heisoku dachi (em japonês: 閉足立ち?) é formada com os pés e as pernas permanecem paralelos e unidos[2][3]. Aparentemente simples, a postura possibilita ao lutador tomar noção mais precisa da linha central de seu corpo, o que possibilita intuir o campo de abrangência das técnicas de ataque e defesa. Todas as demais bases derivam dela, por exemplo, abrindo-se os pés em 45°, obtém-se Musubi dachi, ou, na sequência, fazendo paralelos os pés, obtém-se heiko dachi e assim por diante.

 

 

Musubi dachi


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Musubi dachi (em japonês: 結び立ち?) é formado desde Heisoku dachi mantendo-se juntos os calcanhares e as pernas, mas com os pés um ângulo de 45º, aproximadamente, mas diferentemente daquela, cujos significado e aplicações são vários e dependentes da situação concreta, o escopo precípuo de Musubi dachi é estabelecer uma consciência, estabilidade de guarda, a qual proporciona (em si mesma) proteção em várias direções ao mesmo tempo. Destarte, as relações do Budô, ao fazer cumprimentos e/ou reconhecimentos e, bem assim, no começo e no fim dum kata, são sempre feitas nesta posição, sempre pronto para um ataque. A posição é usada em saudações no início e término dos treinos.

Existe, por outro lado, um outro sentido mais amplo para a base. É que a palavra musubi é geralmente escrita com caracteres que significam para "concluir" ou "fechar", mas pode também ser escrita com caracteres que querem dizer "inúmeros" ou "infinito". Neste aspecto, portanto, o conceito da base traria consigo a conotação de infinitas possibilidades ou que o lutador está preparado para enfrentar quaisquer situações, de luta ou não.


 

Heiko dachi


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Heiko dachi (em japonês: 平行立ち?) é uma postura bastante natural, permanecendo paralelos tanto pés quanto pernas à distância dos ombros[4].


 

Hachiji dachi


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Hachiji dachi (em japonês: 八字立ち?) é formada numa postura bastante natural, com pernas eretas e paralelas à distância dos ombros e os pés abertos em aproximadamente 45°[2][4]. Devido a essa naturalidade, frequentemente denomina-se a postura como Shizentai (em japonês: 自然体?) ou Shizentai dachi (em japonês: 自然体立?), cuja tradução é "postura natural". Todavia, Shizentai é mais afeta a um conjunto de postura e atitue, uma evolução natural do treinamento que começa com Kamae.

Na maioria dos estilos, assim é tratada a base, porém, no estilo Kyokushin, ela é conhecida por fudo dashi[5].

 

 

Uchi hachiji dachi


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Uchi hachiji dachi (em japonês: 内八字立ち?) é composta desde a base hachiji dachi, mas invertendo-se as posições dos pés para dentro, isto é, o vértice do ângulo mudam do calcanhar para a ponta dos pés.


 

Moroashi dachi


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Moroashi dachi (em japonês: 両足立ち?) é feita com uma perna avançada até a distância de um pé e abertura lateral equivalente à dos ombros[6][7].

 

 

Sanchin dachi


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Sanchin dashi (em japonês: 三戦立ち?) é composta de forma parecida à moroashi dachi, o um pé avança somente até a distância de outro pé. Mas o pé avançado aponta para dentro e os joelhos ficam flexionados para dentro e os pés pressionam firme o chão. O tronco fica ereto. E os quadris contraem. Contrai também a musculatura das coxas e nádegas, no fito de travar o tanden. Esta postura proporciona excelente solidez para a execução de técnicas defensivas e evasivas, que devem ser realizadas controle da respiração (ibuki), cuja finalidade é o correto trabalho da energia (ki).

A estabilidade da postura é advinda da largura lateral da abertura das pernas e de sua distância e conformação dos pés, proporcionando solidez tanto na direção esquerda-direita quanto frente-trás e, bem assim, deixa o lutador em posição confortável para o giro da cintura e aplicação de golpes das pernas e das mãos. Como as pernas ficam flexionadas para dentro, outra característica da base é a proteção do ventre e da virilha.


 

Sanchin shime


Alguns estilos utilizam da base como forma de testar a postura e sua resistência e também a concentração do carateca. Enquanto é executado o kata, são direcionados ataques ao lutador ao fim de cada kyodo, ou seja, na base o lutador desfere um soco e exatamente no fim desse movimento é feita a verificação, quando o praticante estará em sua maior tensão.

 

 

Teiji dachi


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Teiji dashi (em japonês: 丁字立ち?) é feita com apoio maior do corpo no pé traseiro, que fica posicionado num ângulo de 90º em relação ao dianteiro, com o calcanhar do pé frontal, em caso de recuo, tocando o meio do pé traseiro. O nome da base vem da forma do caractere kanji .


 

Renoji dachi


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Renoji dashi (em japonês: レの字立ち?) é feita, como em teji dashi, com apoio maior do copro no pé traseiro, que fica posicionado num ângulo de 90º em relação ao dianteiro. A distância entre os pés é a largura dos ombros, ficando o pé frontal apontado diretamente para frente. Caso seja necessário recuar, o pé dianteiro tem possibilidade de o fazer, tocando-se os calcanhares. O nome da base vem da forma do caractere kanji .

 

 

 

Ukiashi dachi


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Ukiashi dashi (em japonês: 受足立ち?) é, de certa modo, a consequência do relaxamento da base nekoashi dashi e em muito se parece com Renoji dashi, mas a perna frontal permanece com o pé apoiado em koshi e o peso apoia-se mormente na perna traseira[8][3].



 

Bases baixas


As origens das posturas baixas remontam aos estilos de Wushu do sul da China, de Cantão, que possuem até hoje posturas bem rentes ao chão, haja vista que as artes marciais praticadas na região priorizam métodos mais pragmáticos e menos acrobáticos (em contraposição àquelas praticadas no norte do país), com ênfase em técnicas de mão potentes, chutes baixos rápidos buscando manter sempre uma posição estável e mais vantajosa em relação ao adversário. Diz uma lenda que como o sul da China tem mais pântanos e água, remava-se mais, desenvolvendo mais seus braços. Desta feita, com posturas mais baixas, liberam-se os membros superiores para agir mormente com velocidade, força e agilidade.

No Caratê moderno, as bases baixas são preferidas para treinamento, eis que desenvolvem mais o lado atlético do praticante. O escopo de tais bases é proporcionar estabilidade extra para execução de técnicas de ataque e defesa, ou para execução de técnicas específicas como, por exemplo, um soco perpendicular para baixo, que deve ser executado em shiko dachi.

Servem ainda para estender os ataques, isto é, saindo de uma posição alta ou média, o carateca tem como atingir seu adversário sem, contudo, perder a estabilidade e, posto que sofra um contra-ataque, tem condições de o absorver sem ter que se deslocar em excesso. Quando bem executadas, são eficazes em repeleir ataques aos equilíbrio.

Como o centro de gravidade está mais próximo ao solo, nas bases mais baixas há a possibilidade de aplicar técnicas de nage waza e katame waza e subjugar o oponente.

 

 

Kiba dachi


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Kiba dashi (em japonês: 騎馬立ち?) faz-se com os pés paralelos à mesma distância das bases kokutsu dachi ou zenkutsu dachi, o dobro da largura dos ombros, com o peso distribuído uniformemente, compartilhando ainda a mesma altura[9][6]. A base também é conhecida como "posição de cavaleiro" ou "posição de equitação", pois a pessoa assume a postura como se estivesse montando um cavalo.

Em que pese sua aparente fragilidade frontal, a postura é muito vigorosa lateralmente, o que propricia ao lutador bastante estabilidade para aplicação de tácnicas em paralelo à disposição das pernas, tais como empi-uchi ou uraken-uchi.
Estilos mais velhos, conforme o tronco do carateca se posiciona em relação à feitura das técnicas, classificam.

  • Mae kiba dachi (em japonês: 前騎馬立ち?), para ataques frontais;
  • Yoko kiba dachi (em japonês: 横騎馬立ち?), para ataques laterais;
  • Kakuto kiba dachi (em japonês: 格斗騎馬立ち?), para ataques em diagonal, ângulo de 45º.

O mestre de kenpo de Oquinaua Choki Motobu ensinava que a base seria a ideal para ser executada em cenários reais de luta.

A base possibilita ainda o emprego de técnicas de katame waza ou nage waza, o que, devido a sua solidez, ainda proporciona a capacidade de mover-se suavemente em que, lidando com quaisquer tipos de movimentos, das mãos e dos pés.

Aparece nos katas, Tekki, Enpi, Heian sandan, Heian godan, Jion, Jitte, Kanku, Unsu.

Origens

O berço da base kiba dachi pode ser rastreado até o Templo de Shaolin, onde a postura servia como base para a prátrica de todas as outras técnicas. Tal como sucede com o caratê moderno, que visa precipuamente o desenvolvimento físico, o templo estimulava a prática das artes marciais como um complemento no caminho da evoluição espiritual, assim a base era muito importante e usada para fortalecer as pernas.

 

 

Shiko dachi


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Shiko dashi (em japonês: 四股立ち?) ou Sumo dashi (em japonês: 相撲立ち?) distribui o peso do praticante distribui-se igualmente entre as pernas. A base é muito parecida à Kiba dachi, pero os pés ficam apontando para fora à razão de 45º, aproximadamente[10][8]. Além de a postura proporcionar a movimentação lateral da cintura e deslocamentos, há a possibilidade de o praticante também desfeir um ataque diretamente para baixo.


 

Kokutsu dachi


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Kokutsu dashi (em japonês: 後屈立ち? postura retro-flexionada) tem como principal característica é sua estrutura semelhante à da Zenkutsu dachi[2] mas de forma contrária, com o praticante mirando em direção ao pé de trás. Com isso, a transição para uma postura mais ofensiva é bastante favorecida e eventuais contragolpes são potencializados, pois, tanto a transição quanto o ataque tornam-se bstante muito fluidos com o giro da cintura. Ou, caso seja necessário mudar o foco para outro adversário que ataque pela retaguarda, a alteração será bastante natural. Aproveitado sua vocação defensiva, há grande proteção à articulação do joelho da perna frontal, que tem condições de absorver um ataque direto com a flexão rápida e, bem assim, contra rasteiras.

No estilo Shotokan-ryu, a base é conhecida por alguns como gyaku zenkutsu dachi e aparece nos katas Enpi e Heian Godan (tradicional); não é treinada senão na execução dos katas.


 

Sokutsu dachi


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Sokutsu dashi (em japonês: 側屈立ち?) tem também a característica de ser uma base recuada, mas os pés plantam-se numa linha reta mas perpendicularmente alinhados, o que leva à flexão da perna lateralmente. Alguns sugerem que a postura trata-se de uma variação mais ofensiva da base Kokutsu dachi, haja vista que ao avançar frontalmente o carateca não necessita girar o tronco, bastando esticar a perna traseira e flexionar mais a dianteira, bem como ambas as posturas são recuadas e direcionam o apoio maior na perna traseira. Tanto é assim que no estilo Shotokan-ryu recebe esta denominação[11] e aparece em vários katas. Em verdade, trata-se de duas posturas diferentes, posto que sejam contudo co-irmãs, nas quais a vocação defensiva é premente.

 

 

Nekoashi dachi


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Nekoashi dashi (em japonês: 猫足立ち?) é conhecida como a "postura do gato", em cuja disposição favorece a relação tensão/flexão das articulações, devido ao fato de o lutador permanecer numa forma em que parece um felino, pronto para uma ação. E, posto que o peso do praticante apresenta-se pouco mais concentrado na perna traseira, estas podem rapidamente mover-se. A base compartilha a mesma abertura e posição dos pés de ukiashi dachi.

No estilo Shotokan-ryu, a base aparece no kata Wankan; já nos shito-Ryu, goju-ryu e outros em que as basses são mais altas, é mais comum.


 

Sochin dachi


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Sochin dashi (em japonês: 壯鎭立ち?) tem silhueta com o carateca a apoiar seu peso em ambas as pernas, flexionando-as na articulação do joelho. A distância entre os pés corresponde exatamente à mesma abertura das bases sokutsu dachi, zenkutsu dachi e kiba dachi, ao que se diz ser a base uma combinação das duas últimas citadas[12]. Trata-se de uma postura avançada e ofensiva.

A posição recebe seu nome do kata homônimo Sochin. Pero, no estilo Shotokan, é conhecida também por Fudo dashi (em japonês: 不動立? Postura inabalável), derivada de sua firmeza[5].


 

Zenkutsu dachi


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Zenkutsu dashi (em japonês: 前屈立ち?) é formada com o praticante apoiando na perna dianteira[13], na proporção de 60% a 70% nesta perna; de abertura longa, a distância entre as pernas e mesma das bases kokutsu dashi, kiba dashi ou Shiko dashi. Trata-se de uma postura avançada e ofensiva. Sua estrutura é concebida para a cobertura de grandes áreas no escopo de fazer penetrar as técnicas ofensivas e interceptar possíveis contra-ataques.

Um particularidade do estilo Shotokan-ryu é que há duas formas[14] de executar a base: uma postura velha e uma nova. Segundo as visões das linhagens mais tradicionalistas dos estilos, como Shotokan-Ryu, e Shito-Ryu, mantendo-se mais fiéis ao Shuri-te, o pé frontal posiciona-se levemente para dentro e o traseiro, para frente, com a articulação do joelho inflexível na perna traseira, enquanto a outra (frontal) articula-se de molde a deixar a perna perpendicular ao solo, formando ângulo de 90° com o pé. Ao movimentar-se, o praticante, aprovitando da tensão imposta ao pé traseiro, aproveita essa energia impulsionando o corpo com a parte koshi do pé; para finalizar o momvimento, da base Ayumi dachi o praticante desloca livremente a perna avançada na abertura da base heiko dashi até o ponto final, ainda relaxado, e, encaixando a cintura, acerta a postura, já novamente tensionada.

 

 

Forma Funakoshi


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Funakoshi no zenkutsu dashi (em japonês: 船越の前屈立ち Zenkutsu dachi do Mestre Funakoshi?) foi desenvolvida depois de muito debaterem sobre o tema, o Mestre Gichin Funakoshi e seu filho Yoshitaka Funakoshi, concluíram que havia muita tensão nas articulações do joelho e do tornozelo - principalmente deste -, ao que decidiram por modificar a postura. Assim, a base deve ser executada de forma mais natural e relaxada. Todavia, em muitas partes e diversos dojos ainda se pratica a base da forma velha.

Consequência da mudança proposta é que, quando o atleta executa um passo, na forma nova as pernas fazem um movimento em linha reta, posto a movivmentação dar-se de forma semelhante à da base sokutsu dachi com a perna traseira, que se encontra flexionada, ficando reta, o que desloca o praticante para frente, do contrário, ao recuar, é a perna dianteira que executa o impulso, além do que a base ayumi dashi não se mostra mais tão clara no instante intermediário do passo. Na forma tradicional, o movimento era em forma de semi-círculo.



Bases médias


As posturas de média altura têm por escopo reunir o melhor das altas e baixas, ou mobilidade e estabilidade. Ainda que as bases altas possibilitem maior fluidez no deslocamento e as baixas, maior firmeza, durante um kumite, as bases médias mostram-se mais adequadas a uma situação de enfrentamento, pois permitem aliar as duas características e são mais naturalmente assumidas.

Filosoficamente, ensina-se que o "caminho do meio" é o mais seguro, ou seja, não se deve priorizar os extremos, nem para mais, nem para menos.

Esta óptica não é particular aos povos orientais. Cita-se, como exemplo, os ensinamentos de Moisés, no Egito, ou os do Rambam, de Espanha. De igual modo, o karateka, quando em kumite (ou qualquer outra situação), deve assumir uma base média, restar sereno, pois poderá recuar para uma base alta ou ser ofensivo numa base baixa. As bases médias o ponto de convergência das técnicas, altas e baixas.

 

 

Hangetsu dachi



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Hangetsu dashi (em japonês: 半月立ち?) é feita com o peso do corpo distribuído uniformemente nos pés, as articulações dos joelhos permanecem flexionados para dentro no fito de proporcionar proteção adicional, a distância entre os pés é mediana, aproximadamente a mesma de naihanchi dachi, e os mesmos são apontados para dentro [15].

A movimentação dentro desta postura dá-se tanto adiantando quanto recuando, e os pés fazem um movimento que lembra a forma da lua em quarto crescente, dai a sua denominação também de "base da lua crescente". A postura assemelha-se em forma e versatilidade a Zenkutsu dachi. Devido à sua firmeza (em forma de ampulheta), é adequada tanto ao ataque quanto à defesa, com mais ênfase para defesa. A base é executada mormente no kata homônimo[6]


 

Moto dachi



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Moto dashi (em japonês: 基立ち?) possui a distância entre os pés é de aproximadamente dois pés, restando as pernas ligeiramente flexionadas e abertas lateralmente à largura dos ombros, o pé dianteiro aponta para frente e o traseiro, pouco aberto[2][16]. Nesta base na maioria dos estilos compõe-se a postura básica para enfrentamento.

No estilo shotokan-ryu, a base aparece no kata Heian shodan; já nos shito-ryu, goju-ryu e outros nos quais as basses são mais altas, é mais comum.


 

Han zenkutsu dachi



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Han zenkutsu dashi (em japonês: 半前屈立ち?), Sho zenkutsu dashi (em japonês: 小前屈立?) ou Futsu dachi (em japonês: 二立ち?)[a], é uma modificação da base zenkutsu dachi na qual, em relação à base Moto Dachi, alguns recuam ou avançam ligeiramente inferior a distância entre os pés, mantendo, contudo, a inflexão do joelho na perna traseira é reta no joelho; no entanto a divergência precípua é de que em Moto Dachi o praticante relaxa a articulação do joelho da perna traseira, permanecendo tencionada em Zenkutsu Dachi. No estilo Goju-ryu[10], é comum. Aparece nos katas: Bassai, do estilho Shotokan; matsukaze, do Shito-ryu.

 

Naihanchi dachi


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Naihanchi dashi (em japonês: 內步進立ち?) tem dispostos os pés pouco mais espaçados que os ombros às laterais, mantendo-se paralelos e ligeiramente angulados ao centro. As pernas e a linha de cintura são tensionados, baixando o centro de gravidade e flexionando os joelhos para dentro[6]. A postura assemelha-se à de equitação kiba Dachi, a diferença é que os pés são apontados ligeiramente para dentro. O peso deve ser colocado na parte externa do pé e o centro de gravidade devem ser reduzidos. Sua estrutura, posto que não seja particularmente estável contra impulsos externos na direção frente-costa, é muito poderosa contra um ataque pelas laterais.

A base é a postura do kata naihanchi, dos estilos wado-ryu[17], shito-Ryu e goju-ryu. No estilo Shotokan-ryu, nos katas da série tekki, que são os correspondentes aos naihanchi, a base é substituída por kiba dashi.

 

 

Jigotai dachi



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Jigotai dashi (em japonês: 自護体立ち?) é semelhante à naihanchi dashi, porém com os pés apontando para fora em 45º, aproximadamente; as articulações dos joelhos apontam para frente. Devido a tal abertura, a base ganha estabilidade adcional, fazendo com que o lutador consiga relativo conforto quando obrigado a defletir ataques frontais.


 

Han kokutsu dachi


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Han kokutsu dashi (em japonês: 半後屈立ち?) ou Sho kokutsu dachi (em japonês: 小後屈立ち?) é uma variante da base kokutsu dashi, co'a mesma abertura de ukiashi dachi executa-se a base na forma de sokutsu dachi, em que pese o nome ser kokutsu. É mormente praticada no estilo goju-ryu.

Bases de transição ou especiais


As bases de transição possuem um fito próprio, que é de assegurar ao praticante a coerência de seus movimentos, de seu deslocamento, ao garantir a estabilidade. Mesmo que o karateka esteja num instante intermediário da execução de qualquer técnica de ataque ou defesa, não pode ele olvidar que no enfrentamento de um adversário pode ser surpreendido com um contragolpe.

Há técnicas específicas para atacar uma base mal formada, exemplo do ashi barai. Assim este tipo de postura, ainda que aparentemente simples, guarda complexidade, pois evita ataques diretos à estabilidade do lutador, pois ao se desestruturar uma base, o lutador natural e inconscientemente buscará restabelecer seu equilíbrio, o que fatalmente propiciará ao adversário uma abertura de sua guarda.

Ataques e defesas são em sua grande maioria aplicados de pé, entretanto, pode haver circunstâncias em que tais posturas não se mostrem viáveis, o que demandam estar o lutador preparado para agir a qualquer momento. Exemplo, a posição Seiza, que é mais praticada em rituais, possui grande estabilidade e permite o lutador aplicar técnicas contra um advserário de pé.

 

 

  Ayumi dachi


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Ayumi dashi (em japonês: 歩み立ち?) faz-se com o tronco ereto mas com os joelhos flexionados, baixando o centro de gravidade. Na grande parte das vezes é executada ao se movimentar,é uma postura intermediária - o que é denotado de seu próprio nome ("postura de passo", numa tradução livre)[7] -. Uma vez que o carateca deve manter-se sempre estável e não variar seu centro de gravidade ao caminhar, tanto avançando quanto recuando, executa-se a base na metade do deslocamento. Outro fito da base são o controle e a conservação da energia, evitando seu desperdício com a eliminação de variações parasitárias da altura e, bem assim, ao assimilar alguns ataques de agarramentos e arremeços (katame waza/ne waza e nage waza).

Noutras artes marciais, como Kendo, a postura é chamada por aymui ashi. Por outro lado, em caratê trata-se mesmo de uma base, haja vista que ela é usada em treinamentos de kihons ou técnicas específicas, como é o caso de mae gueri, em decorrência de o centro de gravidade já se encontrar baixo, sendo ayumi ashi uma forma de movimentação.


 

Kosa dachi


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Kosa dashi (em japonês: 交差立ち?) é feita despondo-se o pé da frente plantado firmemente no chão enquanto o de trás recai apenas sobre os dedos[6][4], em koshi[18]. Normalmente, a base é usada para recuperação após um salto, mas também pode ser útil como uma manobra tática para um chute com o pé escondido, ou ti pivô evasivo. Aparece no kata Jion[4].

 

 

Kakeashi dachi


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Kakeashi dashi (em japonês: 駆け足立ち?), ou kake dashi (em japonês: 駆け立ち?)[b], é feita apoiando-se o peso numa das pernas, posicionando o pé frontal logo à frente do pé de apoio. Semelhante à kosa dachi, porém a perna mais flexionada e apoiada sobre a ponta dos pés encontra-se na posição frontal, e sucede também de em vários estilos não haver essa distinção.

 

 

Kugiashi dachi


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Kugiashi dashi (em japonês: 釘足立ち?) tem o peso do corpo apoiado numa das pernas, posicionando o pé frontal sobre o pé de apoio[5], isto é, com a ponta dos pés, daí o nome da postura ("base da ponta dos pés", em tradução livre).

 

 

Tsuruashi dachi


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Tsuruashi dashi (em japonês: 鶴足立ち?), Gankaku dashi (em japonês: 岩鶴立ち?), Sagiashi dashi (em japonês: 鷺足立ち?) ou Hakutsuru dashi (em japonês: 白鶴立ち?), é feita apoiando-se o peso numa das pernas[8], que fica semi-flexionada, fixando a outra com o pé atrás do meio da perna de apoio[19]. Por causa de sua similitude com katashi dachi, alguns tratam-nas como se fosse uma só postura[3].

 

 

Katashi dachi


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Katashi dashi (em japonês: 硬足立ち?) ou Gisho dashi (em japonês: ぎ小立ち?) forma-se com o carateca a apoiar seu peso numa das pernas, fixando a outra com o pé em frente ao joelho da perna de apoio[20]. É muito assemelhada a tsuruashi dachi[6], o que lava a alguns estilos a não fazerem distinção entre as posturas, tratando-as como se uma fossem, apenas cuidando de variação[17].

No estilo Shotokan-ryu, a aparece no kata Enpi.

 

 

Ippon ashi dachi


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Ippon ashi dashi (em japonês: 一本足立ち?) faz com que o carateca sustente seu peso numa perna exclusivamente. Diferentemente de katashi dashi ou sagiashi dashi, em cuja formação a perna soerguida resta lastreada na articulação do joelho da perna firmada no solo, a perna suspensa resta totalmente "flutuante". Trata-se de uma postura de vocação defensiva e que proporciona bloqueios; serve ainda para defender a base moroashi dachi contra ofensivas à perna frontal.

Em que pese ser uma postura defensiva, porque a perna suspensa encontra-se livre, com esta pode-se promover um ataque/defesa para frente ou para trás (com ushiro geri); pode-se também inverter a guarda aproveitando da inércia co'a perna suspensa.

 

 

Iaigoshi dachi


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Iaigoshi dashi (em japonês: 居合腰立ち?) ou Katahiza dashi (em japonês: 形膝立ち?) provê ao carateca três pontos de apoio: planta do pé dianteiro, joelho da perna traseira e ponta do pé traseiro[5].
Em Caratê, posto que seja possível a execução de várias técnicas de ataque e defesa, trata-se mais de uma base intermediária, pois serve mormente de transição ou referência, erguendo-se nela obtem-se a abertura exata das bases naihanchi dachi e jigotai dachi. Noutras artes marciais, como o kendo, é mais explorada, posto desempenhar um papel importante na arte das espadas, haja vista que nesta posição são procedidos movimentos de Iaidô.
No estilo Shotokan-ryu, a base aparece no kata Enpi.

 

 

Seiza


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Seiza (em japonês: 正座?) é feita em posição genuflexa, permanecendo o budoca sentado sobre as panturilhas.

 

 

Aguraza


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Auraza (em japonês: 胡坐座?) faz-se com o praticante a sentar de pernas cruzadas mas com o tronco ereto.

 

 

Kamae


Kamae (em japonês: 構え?) é de facto uma postura, eis que as técnicas de tachi são estudadas para aprimorar o posicionamento do corpo, com ênfase em como as pernas se alinham e os pés se plantam, mas a postura kamae relaciona-se com o corpo por inteiro, isto é, como o lutador se coloca com pés, tronco, cabeça, mãos etc. para um enfrentamento. Kamae é conhecida comumente como posição de guarda.

Trata-se em verdade de um termo genérico, segundo o contexto: quando se tratar de postura pró-ativa é kokoro gamae (em japonês: 心構え?); se for sefensiva, mi gamae (em japonês: 身構え?). Hodiernamente, os diferentes estilos (inclusive outras modalidades de artes marciais) usam o vocábulo para denominar uma postura genérica de combate, posto que haja muitas posições diferentes de preparação, apesar de se dizer que em caratê não existe kamae.

Esta postura, além de denotar como o lutador se posiciona, apontar como o lutador se comporta, seu estado de espírito, que deve estar preparado para agir e reagir conforme cada circunstância: Kamae não está no corpo mas na mente.

A posição de kamae mais básica é baseada em musubi dachi, colocando-se os braços retos, a mão direita direita por sob a esquerda, as palmas voltadas para baixo e os braços retos a cobrir a região da virilha, aproximadamente; a concentração está situada na linha de cintura, no centro do corpo (tanden). Sua criação na atual forma é creditada ao sensei Chojun Miyagi, fundador do estilo Goju-ryu, após muitos anos de investigação. Esta postura, segundo o mestre, tem o fito precípuo de facilitar a rápida movimentação, para outra postura, ofensiva ou defensiva, e é o ponto inicial e final de execução de katas em vários estilos.

Existe também a postura básica de enfrentamento, ou hanmi no kamae (em japonês: 半身の構え postura de guarda?), a qual apresenta duas variações precípuas, uma baseada em moto dachi (mais comum no estilo Shotokan) e outra, em teiji dachi.


Tanden


Musubi kamae


Tanden (em japonês: 丹田?) é a parte focal do praticante da arte marcial (não só do caratê mas quaisquer outras), isto, contudo, não signifca um conceito geométrico, não significa tão-somente o centro de equilíbrio ou centro de gravidade, apesar de a metáfora ser bem-vinda. Partindo desta óptica, o carateca fará de seu corpo o ponto central de onde e opor onde todas as técnicas de posicionamento, postura, ataque e defesa emergirão e convergirão, pois tendo um norte a seguir a pessoa não se perde nas várias técnicas possíveis diante da situação de treinamento ou de enfrentamento. O tanden possibilita o controle.

  • Kikai
  • Seika

Hara


Hara (em japonês: ?), segundo os ensinamentos medicinais tradicionais de China e Japão, é a área situada entre plexo solar e pélvis, que sempre foi considerada muito importante, posto ser um dos centros de energia do corpo, ao que se servia como área dignóstico. De igual forma o Caratê enxerga grande importância no hara. Assim, sucede que, no Japão, os termos Tanden e Hara são pouco diferenciados e de certa forma intercambiaveis.
Tanto em treino quanto em combate real ou tão-somente a concentrar-se, seguindo os preceitos das escolas Zen, a pessoa deve estar tranquila e a técnica para tal é focada no hara, na respiração, que é feita no abdômen, isto é, deve-se controlar a respiração de molde a não sobrecarregar o corpo e deixá-lo ainda mais pressionado e a se permanecer num estado desprovido de emoção.

Trata-se do ponto através do qual todo e qualquer técnica provém ou se conduz: ou um ataque sai dele; uma defesa afasta um ataque; as pernas sustentam o corpo. Se um lutador tenta executar um ataque usando apenas braço ou perna, suas técnicas serão fracas, pois energia será desperdiçada, pois usada somente pelo membro, mas, se se conseguir conectar o movimento ao hara, o corpo inteiro será usado e a técnica será poderosa.

Notas


[a] ^  A base han zenkutsu dashi, no estilo shito-ryu, é também denominada de futsu dachi.
[b] ^  A base kakeashi dashi, nos estilos kyokushin, shotokan-ryu e outros, denomina-se de kake dashi[7].

Referências


  1. Les positions de bases dans le Wu Shu (em francês). Página visitada em 02.dez.2010.
  2. a b c d Shitokai Canada (Stances) (em inglês). Página visitada em 29.jul.2010.
  3. a b c The International Budo Institute (Glossary) (em inglês). Página visitada em 29.jul.2010.
  4. a b c d Academy of Traditional Karate (em inglês). Página visitada em 29.jul.2010.
  5. a b c d Federação Paranaense Kyokushinkaikan de Artes Marciais (em português). Página visitada em 06.ago.2010.
  6. a b c d e f Shotokan International (em francês). Página visitada em 03.ago.2010.
  7. a b c Sosai Masutatsu Oyama (em inglês). Página visitada em 25.jul.2010.
  8. a b c Unified Karate Training Center (em inglês). Página visitada em 29.jul.2010.
  9. eHow (em inglês). Página visitada em 25.jul.2010.
  10. a b All Goju-Ryu Network (em inglês). Página visitada em 25.jul.2010.
  11. Shotokan Karate Magazine (em inglês). Página visitada em 25.jul.2010.
  12. Karate Club Laglio (em italiano). Página visitada em 25.jul.2010.
  13. Karateka.Net (em português). Página visitada em 25.jul.2010.
  14. Shotokai Encyclopedia (em inglês). Página visitada em 25.jul.2010.
  15. Shotokan Karate Do (em espanhol). Página visitada em 03.ago.2010.
  16. Harmony Karate Club (em inglês). Página visitada em 25.jul.2010.
  17. a b Chikara Wado Ryu (em inglês). Página visitada em 06.ago.2010.
  18. Traditional Shitokai Karate Do Association (em inglês). Página visitada em 06.ago.2010.
  19. Portal do Judô (em português). Página visitada em 06.ago.2010.
  20. Tokui Karate Union (em inglês). Página visitada em 06.ago.2010.

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